quarta-feira, março 28

Se lessem meus pensamentos...

Acordei ácida, ácida hoje... Ou melhor, má mesmo...
Eram umas 8h40 quando entrei no ônibus, no ponto final que fica exatamente em frente ao meu prédio. Já saí de casa reclamando do calor e fui mentalmente condenando-o no caminho até o veículo (é, eu sofro de menopausa precoce. Quando todos estão achando o clima "fresquinho", eu estou me abanando e, quando o mundo diz que está quente, é sinal de que já estou quase sumindo de tanto derreter).
Não estava com a mínima vontade de conversar, apenas de ler o jornal. Assim que abri o Segundo Caderno, do O Globo, ouvi: "É O Globo, é? Sabe que não consigo ler O Globo?" Como só estávamos no ônibus, ainda parado, eu e a cobradora, a pergunta com certeza era dirigida à minha pessoa. Na mesma hora, me veio um comentário na ponta da língua "E você lê?" Horrível, não!? Eu sei. Por isso, só pensei e me limitei a dar aquele sorriso que a gente abre apenas com um tímido movimento dos lábios.
Quando estávamos no meio da Nossa Senhora de Copacabana, parados na faixa do meio da avenida, no sinal, surge uma senhora, do nada, batendo na porta para o motorista abrir. Ao entrar, ela recebeu do condutor uma bronca, de forma educada, por estar no meio da rua. Corretíssimo. Ponto para ele. Mas parece que a tal senhora passou pela roleta pedindo à já minha amiga cobradora que esperasse pelo troco, que ela ia sentar para pegar na bolsa...
Sabe o que a cobradora respondeu? "A senhora está atrapalhando a minha vida, não posso ficar sem troco. A senhora já começou bem o dia hoje, hein?" Cheia de atitude... Contei até dez e me lamentei por não ter feito aquela pergunta sobre os hábitos de leitura da minha digníssima "amiga"...
Durante o dia, continuei tendo pensamentos maus, daqueles que a gente não divide com ninguém, ou com quase ninguém... Acho que comprei uns dois ingressos para o inferno hoje com esse meu sarcasmo que às vezes se descontrola. Mas não fui a única. Uma outra pessoa comprou uns cinco ao verbalizar um pensamento desses... Tenho que admitir: me diverti ao saber do episódio!
Ah! E é como uma amiga sempre diz: o que é que vou fazer no céu, se todos os meus amigos estarão no inferno????

segunda-feira, março 26

“Ooh, I get the shivers
I don't want to see a ghost,
It's a sight that I fear most
I'd rather have a piece of toast
And watch the evening news”

(trecho de "Life", da Des´ree)

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Ontem, na ida ao supermercado, de carro, eu tinha acabado de dizer que "família só é ótima para tirar retrato". Menos de um minuto depois, o caixa do estacionamento do lugar me recebe assim: "Boa tarde, seja bem-vinda à família" (ou algo parecido) ... Quem é que manda eles dizerem isso?

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O lema do dia de hoje é FOCO!!!!

sexta-feira, março 23

Escolhas

Eu escolho
Tu escolhes
Nós escolhemos

Fácil conjugar esse verbo. Difícil conjugar esse verbo. Quando a primeira pessoa do plural predomina na frase, é ótimo. Mas é preciso encarar o fato de que, às vezes (ou muitas vezes), as duas primeiras conjugações se fazem presentes e mais fortes.

Não entre em confronto e não lamente. Aceite e curta assumidamente a SUA escolha!

quinta-feira, março 22

Passei as duas últimas horas "fuçando" o blog alheio e tive uma leitura bem interessante... Em uma época de blogs e orkut, nada como ir atrás da informação, mesmo que essa facilidade às vezes possa ser perigosa. Mas, como tudo na vida, você pode escolher se leva a coisa para o lado do bem ou para o do mal. Escolhi a primeira opção. É que tenho este bichinho chamado "curiosidade" difícil de se manter enjaulado.
Esta semana está sendo particularmente tranqüila e pacífica... Vinte e oito anos deliciosamente completados na segunda, transação veicular sendo, finalmente, finalizada e: UMA SEMANA DE PURA E FELIZ SOLIDÃO NO LAR! Nossa, como me faz bem chegar em casa e ouvir o som do silêncio. Sinto-me mais eu, sabe!? Sem cobranças, sem indagações, sem aquele olhar que me segue a cada passo que dou.
Adivinha para onde estou indo agora? Justamente para esse meu porto seguro temporário. Quero aproveitar cada minuto! Inté.

Área de Conforto

Não se acomode. Saia da sua “área de conforto”. Quem faz academia, com certeza já ouviu esse “conselho”. No entanto, outro dia, o vi num desses textos com dicas sobre Gestão – temas como Gerenciamento de Projetos, Gestão Empresarial e de Pessoas, Marketing, etc, fazem parte do meu cotidiano há quase dois anos.

Ao ler a expressão “área de conforto” aplicada em um texto que fala de planejamento pessoal, interrompi o que estava fazendo para refletir um pouco. E continuo a pensar no assunto até agora.

Do período que entrei na faculdade até há cerca de uns três anos, estive muito concentrada na vida profissional. Um deslize, uma falta de sorte ou uma má notícia em termos de trabalho era uma crise existencial. O único mês em que fiquei desempregada na vida, desde que comecei a trabalhar (lembro-me bem foi de agosto a setembro de 2001), se transformou em um verdadeiro inferno astral. Minha paz interior e minha felicidade estavam atreladas à carreira e foram muitos os cursos que fiz, muito tempo dedicado à leitura e ao estudo para a conquista de minhas metas a curto e a médio prazo. Da mesma forma, abri mão de muita coisa pensando na profissão. Cheguei a levar uns “puxões de orelha” de uma amiga minha por conta disso.

Foi justamente essa amiga que, outro dia, ao me ouvir dizer que priorizo hoje muito mais a qualidade de vida, afirmou: “Nossa, Jackie! Que bom saber que você pensa assim”. Mais uma pausa para reflexão. Será que estou fazendo algo de errado? Não.

O fato é que definimos prioridades e essas escolhas são mutáveis e adaptáveis a cada período de nossas vidas. Atualmente, sinto-me um pouco estacionada na minha “área de conforto” profissional e isso está me incomodando um pouco, acho até que por falta de costume. Na verdade, simplesmente direcionei o centro de minha atenção para um projeto pessoal muito maior e que, durante anos e anos, era simplesmente um “plano para o futuro”. Pois. O futuro chegou e me vejo às voltas com questões práticas.

Assim que conquistar esse meu sonho/projeto/plano, voltarei priorizar o profissional. E será muito melhor, pois o farei já contando com o meu “porto seguro”. Nesta época cheia de mensagens como “tenha sucesso”, “ponha em prática suas idéias”, não dá realmente para ficar parado e estagnado. Por isso, já coloquei prazo de validade para a minha área de conforto.

sexta-feira, março 9

"Elimine a causa que o efeito cessa. "(Miguel de Cervantes)

quinta-feira, março 8

Uma aventura inesquecível...

Uma noite de sábado singular. O que você estava fazendo no sábado seguinte ao Carnaval? Curando sua ressaca? Descansando? Bebendo todas num bar ou numa boate?

EU ESTAVA ESCONDIDA NO MEIO DO MATO ESPERANDO 50 OVELHAS SEREM ENLAÇADAS E ARRASTADAS POR UM RIOZINHO POR PEÕES MONTADOS A CAVALOS...

É que elas têm medo de nós seres humanos. Sério! Não estou brincando! Na sexta, um dia anterior, dirigi uns 40 quilômetros de uma estrada que faz da serrinha que leva à Visconde de Mauá uma verdadeira via asfaltada. Buracos e pedras para todos os lados. Mas não é só isso: cheguei a atravessar um riozinho de carro.

O outro obstáculo foi uma pequena ponte – pequena, porém alta. Meu carrinho sofreu muito para passar por ela e sem esquecer de que havia um leve risco do veículo ir parar no rio, caso eu bobeasse na direção. Já estava anoitecendo, quando joguei a toalha e aceitei o fato de que não daria para passar com o carro em um determinado trecho, repleto de galhos, pedras e buracos.

Saí do carro contrariada, já que o deixaria sozinho no meio do nada e a travessia foi retomada a pé, com a ajuda de “Zé Chato”. Frio, apenas a lua e uma pequena lanterna iluminando o caminho e aqueles sons peculiares que fazem parte de um cenário “natural”. Quando eu me perguntava que diabos eu estava fazendo ali, deparo-me com um rio pelo qual só era possível passar “pulando pedras”. Cansada, toda doída da estrada esburacada, mal-humorada e ainda sem a MENOR vontade de brincar de Mario Bros, anunciei que eu não queria continuar o percurso.

Ficamos ali, sei lá, uns 15 ou 20 minutos, parados no MEIO DO NADA, ligando a lanterna de vez em quando, para não gastar a pilha, só para checar se algum bicho se aproximava. Quando finalmente resolvemos onde ficaríamos, tivemos de retornar e passar por alguns obstáculos de novo. Dormimos na casa do caseiro de um chinês que não conhecíamos. É isso mesmo. Uma casa super simples, sem piso, com fogão a lenha. O caseiro e sua esposa nos cederam o colchonete de casal que eles costumam dormir e ficaram com um de solteiro.

Acordei no dia seguinte, no sábado em que me escondi à noite das ovelhas, com galinhas, cabra e os cachorros fazendo uma espécie de reunião matinal. Minha tarde foi repleta de caminhadas no meio do mato, com direito a ter de passar por uma ponte que, na verdade, era um galho grosso de uma árvore que uma ventania derrubou. As pernas tremeram e foi preciso a ajuda do casal anfitrião – enquanto o cachorro nativo ia e vinha da “ponte”, como se debochasse da minha total incapacidade de brincar de aventura.

O fim do mundo está bem próximo de nós cariocas. Não, não estou dizendo que o mundo vai terminar, não é isso. Conheci o local onde Judas perdeu suas botas, tão citadas por aí. E digo: elas devem ter afundado em um daqueles buracos, ou ovelhas e cavalos devem ter passado por cima delas. Ah! Esqueci das cabras. Bom, a escuridão também pode ter contribuído para essa perda. Na verdade, o próprio Judas nunca mais foi encontrado.